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O PASTOR E OS “DESAFIOS” PANDÊMICOS NO MINISTÉRIO

E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo”, (Neemias 1: 3)

Há muitos homens e mulheres na Bíblia que servem como protótipos para um ministério eficaz e próspero. Servos e servas de Deus que nos deixaram grandes legados, que jamais irão desatualizar ou envelhecer. Dentre os muitos personagens bíblicos, separamos Neemias para a nossa reflexão, como personagem alusivo às comemorações ao dia do pastor na IPRB, 2º domingo de junho. Não é novidade para ninguém afirmar que este “copeiro-mor” representa em todos os aspectos a figura de um pastor bem-sucedido na vida ministerial.

Seu empreendedorismo é uma motivação ao pastorado. Apesar da grande tristeza que dominava o seu coração, ao andar pelas ruas de Jerusalém e comtemplar a miséria e destruição da cidade, Neemias estava certo de seu chamado para uma missão específica, (2: 11-15). Os primeiros capítulos de seu livro narra a sua trajetória, ou seja, sua intercessão pela cidade, seu pedido ao rei Artaxerxes para ir a Jerusalém, bem como a relevância de seu trabalho na reconstrução dos muros da cidade e de famílias destruídas, por ocasião do cativeiro Babilônico.

Sua determinação está evidente em suas palavras, quando responde ao inimigo: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”, (6: 3).   Neemias teve êxito na reconstrução dos muros de Jerusalém, porque estava certo de seu chamado. Nós, pastores, temos a grande missão de reconstruir os muros de proteção de centenas e centenas de pessoas. O exemplo de disposição e coragem de Neemias precisa nos contagiar e, assim como ele, podemos caminhar (literalmente) pelas ruas da nossa cidade, para sentirmos de perto a miséria, material e espiritual, e enfrentarmos os desafios:

O DESAFIO DA REVITALIZAÇÃO                                                           

“… que me envies a Judá […], para que eu a reedifique”, (2: 5).  Percebe-se claramente o sentimento de preocupação e tristeza de Neemias, quando soube que a cidade estava totalmente destruída, (1:2-4). Ou seja, essa destruição representava a destruição econômica, educacional, ambiental e até mesmo familiar. No entanto, ele não se intimidou, mas aceitou o grande desafio de voltar a Jerusalém, a fim de reunir os judeus e tirar a vergonha que sentiam devido à destruição dos muros da cidade. O desafio parecia intransponível, mas a mão poderosa de Deus estava sobre ele, (1: 10).

Na verdade, no contexto geral, pode-se dizer que Neemias estava disposto a promover a revitalização (reconstrução) da cidade de Jerusalém, ou seja, revigorar e fazer reviver os sonhos dos judeus. Por isso, o pastorado em si já é um grande desafio, que começa desde o chamado, quando deixamos tudo para reedificar/revitalizar muros (vidas) destruídos. O desafio se torna ainda maior quando temos a consciência de que o nosso produto de trabalho são pessoas. Ou seja, gente que sofre; gente desmotivada; gente revoltada; gente que, por vezes, já pensou em dar um basta em tudo, porque não consegue seus objetivos e nem ser feliz.

E nestes dias de pandemia o que mais encontramos são pessoas, totalmente, desapontadas, decepcionadas, desanimadas e tristes. E nessa hora que o papel do pastor entra em ação. Ele precisa se motivar para motivar e revitalizar outros. Por isso, só conseguimos realizar grandes feitos para Deus quando aceitamos os desafios diários no ministério. Há pessoas aguardando por nossa coragem, nossa disposição e nossa compaixão. Pessoas vencidas pelas circunstâncias da vida e que vivem totalmente inseguras e sem “muros e rumos”. Como disse Jesus, pessoas aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor, esperando um abraço e uma palavra de direção, (Mateus 9: 37).

O DESAFIO DA SUPERAÇÃO

Tão logo chegou a Jerusalém, já começou a fazer o seu trabalho: “Porque todos eles procuravam atemorizar-nos, dizendo, as suas mãos largarão a obra, e não se efetuará”, (6: 9). Neemias encontrou muitos judeus (população) que estavam sendo injustiçados e sofrendo nas mãos dos compatriotas mais ricos, que chegaram ao extremo de hipotecar seus pertences para ter o que comer. (5: 2, 3). Um contexto de verdadeira injustiça social. No entanto, Neemias articulou e trabalhou com decisões importantíssimas para acabar com a injustiça que escravizava os pobres, os mais frascos e oprimidos (5: 12).

Com isso, os judeus ganharam força e novas expectativas de vida, para apoiar e ajudar Neemias na reconstrução (revitalização) da cidade, (5: 17). É sempre assim, quando Deus abençoa o povo se desperta e anima. Mas não parou por aqui, porque quando os inimigos (oposição), Sambalate, Tobias e Gesém, souberam que Neemias havia revitalizado a cidade, levantado muros de proteção, armaram uma conspiração, para intimidá-lo e fazer-lhe mal, (6: 2). A oposição foi tão grande que insistiram por cinco vezes, mas a resposta foi sempre a mesma: “… não posso parar…”, (6: 3). A palavra para vencermos os dias maus e difíceis chama-se superação.                                                                         

Portanto, oposição, desânimo, tristeza e tantos outros fatores negativos fazem parte do dia-a-dia. Mas o segredo é manter-se firme no propósito de Deus e não dar trégua ao inimigo. Precisamos ter a certeza de que Deus está no controle e que a obra é dele. Neemias não se intimidou com as ameaças da oposição. Para superá-las, buscou forças em Deus em meio às adversidades.  Deus sempre nos atende quando o buscamos em oração, (Jeremias 33: 3).  Temos que enfrentar toda intimidação maldosa, usando as armas espirituais, recomendadas pelo Apóstolo Paulo, e assim abraçarmos o desafio da superação, (Efésios 6: 10-20).

O DESAFIO DA CHEGADA                                                                                

Tudo passa, termina e um dia acaba. Neemias iniciou o processo de reconstrução (revitalização) e teve a alegria de chegar ao final: “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias”, (6: 15). Os contrários diziam que a obra não poderia ser realizada: “As suas mãos largarão a obra, e não se efetuará”, (6:9). O trabalho era grande e os problemas ainda maiores. No entanto, Neemias conseguiu unir o povo e realizar a tarefa. Em apenas cinquenta e dois dias, tempo recorde, o objetivo de reedificar a cidade (muros), para que as famílias fossem abençoadas, conforme solicitou ao rei, tornou-se um sonho palpável, (2: 5).

Fixarmos metas, às vezes, não são tão difíceis. Todavia, fazer acontecer (chegar) o desejo (metas) do coração não é tarefa tão fácil. Para isto, é preciso vencer os desafios e não perder o foco dos alvos preestabelecidos. Um fator determinante no cumprimento das metas que fixamos seria a persistência, pois jamais “chegaremos” aos resultados desejados se desistirmos facilmente.  Ninguém mais do que o pastor, o anjo da igreja, precisa desta prerrogativa recomendada por Jesus: “… orar sempre e nunca esmorecer”, (Lucas 18: 1). Com perseverança nos conscientizamos de que podemos mais do projetamos e que vamos chegar ao final dos nossos objetivos.

Estamos certos de que Neemias realizou muito mais do que se esperava, (7: 1). Seu trabalho foi bem-sucedido em todos os aspectos, inclusive no sentido  espiritual e social do povo, (cap. 13). É desta forma que o ministério precisa ser encarado. O que levou Neemias a deixar o seu trabalho no palácio do rei foi o comprometimento com a obra de Deus. Os judeus e a cidade de Jerusalém precisavam de um líder, de alguém que fosse capaz de mudar a vida das pessoas. Nesses dias de pandemia Deus precisa de verdadeiros Neemias. A nossa maior motivação precisa ser a obra de Deus. Por isso, não perca vista esta convicção.

Pr. Advanir Alves Ferreira

Presidente da IPRB

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