“Em meu peito renovado (parte 3): chamados para as boas obras”

Toda situação de calamidade pública que se abateu sobre o Rio Grande do Sul provocou uma belíssima mobilização nacional. Nesses momentos as pessoas se esforçam em deixar de lado as questões raciais, religiosas, políticas, ideológicas e culturais. Lutamos igualmente pela vida e pela dignidade de cada ser humano e de toda a criação. Esses também são momentos nos quais nós somos desafiados a testemunhar o quanto nosso “peito renovado” pode fazer a diferença na vida das pessoas.

As igrejas Presbiterianas Renovadas se movimentam em campanhas, recolhendo donativos e captando recursos financeiros em favor das pessoas e também dos animais desabrigados. É, sem dúvida, um momento de nos fazermos sal e luz. Não nos resumimos apenas a uma denominação ou a um credo religioso. Mostramos nossa capacidade de empatia e de mobilização! Conseguimos explicar o que significa dizer que fomos “criados em Cristo para as boas obras”. Situações como essa também nos permitem fazer uma “auto-avaliação”.

Nos últimos anos recebemos notícias de tragédias em todos os lugares do mundo. E nisso o Brasil sofre igualmente. Queiramos ou não, “tragédias” acontecem e continuarão a acontecer. Quer sejam por consequências naturais, quer sejam por ações humanas. Como é que nós, enquanto igreja, estamos preparados para reagir diante dessa situação?

Nos últimos anos recebemos notícias de tragédias em todos os lugares do mundo. E nisso o Brasil sofre igualmente. Queiramos ou não, “tragédias” acontecem e continuarão a acontecer. Quer sejam por consequências naturais, quer sejam por ações humanas. Como é que nós, enquanto igreja, estamos preparados para reagir diante dessa situação?

Nossa realidade convive com “tragédias” que já se tornaram “banalizadas”, isto é, já nos acostumamos com elas ao ponto de não provocarem nossa comoção. Pessoas morrem ou precisam paralisar suas vidas quando vitimadas pela violência no trânsito. As drogas são um grave problema social que afeta todas as famílias brasileiras. Há questões relativas ao meio ambiente: animais são extintos, rios são poluídos e florestas são devastadas. São fatos concretos, mas que não geram likes e nem sempre promovem alguma personalidade ou instituição. Qual deve ser nossa postura diante dessa realidade? Devemos esperar a “tragédia” acontecer para depois atuarmos ou podemos trabalhar antecipadamente, de forma preventiva?

O ditado popular sintetiza muito bem o podemos dizer: “Prevenir é melhor que remediar”. Prevenir é preparar-se antes que aconteçam eventos trágicos e suas consequências aconteçam. Ainda precisamos aprender a utilizar o nosso “discernimento” no dia-a-dia, para nos anteciparmos e, até mesmo, eliminarmos ou reduzirmos as causas desses infortúnios.

Quer sejam “tragédias” sociais ou naturais, a prevenção sempre será uma das “boas obras” para as quais nos fomos criados em Cristo Jesus. Atitudes simples, por exemplo, os meses coloridos das campanhas de conscientização na área da saúde, podem fazer parte das rotinas da igreja e ajudar a “salvar” muitas almas: Janeiro branco dedicado à promoção da saúde mental.

Participar da vida escolar dos nossos filhos é algo muito mais concreto do que apenas reclamar dos rumos da educação no país. Acompanhar a vida política das nossas comunidades é sinal de prudência e não apenas reclamar da corrupção que afeta setores da administração pública. Saúde, educação, drogas e corrupção política são “desastres” anunciados e que afetam qualquer pessoa, independente de ter ou não o “peito renovado”.

“Tragédias” sempre tem um “depois”! Reconstruir a “vida” exigirá ainda mais recursos materiais e um intenso trabalho de orientação e apoio humanitário. E a saúde mental das pessoas? As consequências se arrastam por anos após os eventos trágicos. Gerações de pessoas serão impactadas!

Milhares de animais de estimação ficam sujeitos à fome e às doenças. Merecem atenção e cuidados por si só e também pelos problemas que causam aos seres humanos.

Aqui fica demonstrado que todo discurso triunfalista e toda crença na intocabilidade do crente deve ser repensada. Nossos irmão e irmãs vitimados em qualquer que seja a “tragédia” não são  inferiores àqueles que podem seguir suas vidas dentro da certa normalidade. Por mais crente que sejamos, também podemos sofrer com  “desastres” e com suas consequências! E, na prática, o que estamos fazendo?

O PESC – Planejamento Estratégico de Crescimento Integral Sustentável – é uma iniciativa da denominação que procura aplicar a compreensão na qual, uma das dimensões do desenvolvimento da Igreja, é o “Crescimento Diaconal”. Enfatiza que a Igreja precisa crescer no “serviço” que presta ao mundo. Essa dimensão faz muita diferença em momentos de “tragédias”! Há um suporte e um interesse denominacional para que todas as nossas “Igrejas” cresçam nesse sentido.

Temos um sistema administrativo que, em sua base, pretende prevenir e atuar de forma intensa em situações de tragédias: Juntas Diaconais e o SUPRAS.

As Juntas Diaconais fazem parte da estrutura de todas as nossas igrejas. É um modo que os primeiro cristãos e as tradições posteriores encontraram de atuar em situações críticas. Podem operar de maneira dinâmica, mobilizar a igreja e a comunidade. Diáconos e diaconisas também precisam de formação constante e de qualidade. Podemos examinar tudo e retermos o que é necessário para o nosso “melhor serviço”. Ano após ano surgem novos desafios e, além de nossa vocação cristã ao serviço, precisamos nos aperfeiçoar naquilo que nos dispomos a fazer pelas pessoas. Além da motivação pessoal, cabe a administração denominacional, em cada uma de suas esferas, o preparo dessas pessoas para atuarem antes e depois de “tragédias”.

O SUPRAS – Sistema Único Presbiteriano Renovado de Assistência Social é um projeto recente de nossa denominação  Buscamos um envolvimento nacional e tem grande potencial para preparar a “Igreja” para atuar preventiva e corretivamente em situações de crises humanitárias. Mas precisa do nosso apoio para que seja consolidado no coração e na mente de cada presbiteriano e presbiteriana renovados. Divulgá-lo já é uma atitude preventiva.

Onde está Deus e o que ele faz para “evitar” as tragédias? Em Cristo Ele está conosco o tempo todo. E o que Ele já fez, foi o seu Espírito! Nosso “peito renovado” é solidário, dinâmico e disposto aos novos desafios. Não basta acreditarmos na atualidade dos dons espirituais, é necessário colocá-los à disposição de um mundo que está, todos os dias, à beira de “tragédias”. É isso mesmo, no “peito renovado bate solidariedade”.

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