Como implantar Pequenos Grupos na Igreja local – Setembro/2014

Existem várias maneiras de implantar Pequenos Grupos na Igreja Local. Todas são válidas e possuem aspectos positivos e negativos. Vou compartilhar, neste texto, alguns aspectos importantes, utilizando o texto em que Paulo escreve a Timóteo sobre a transmissão do Evangelho, para a implantação bem-sucedida de Pequenos Grupos.

I – A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO EM PEQUENOS
GRUPOS COMEÇA NO MENTOR DA VISÃO

Paulo diz a Timóteo que ele deveria transmitir a outros o que dele aprendera. Paulo é o Mentor da visão. Foi ele quem incentivou Timóteo a compartilhar para outros o Evangelho.

Na Igreja Local, o pastor titular tem de ser o mentor da visão. Ele não pode transferir isto para o pastor auxiliar ou para qualquer outro líder. Ovelhas seguem o Pastor. Alguns pastores querem implantar em suas igrejas o projeto, mas não querem assumir a mentoria. Isto é um risco. A implantação pode até acontecer, mas não subsistirá.

O mentor tem de entender, de forma completa, todo o conteúdo do projeto em Pequenos Grupos: a base bíblica; o que são pequenos grupos; quais são os objetivos bíblicos dos Pequenos Grupos; quando se reúnem; a quantidade de pessoas em cada Pequeno Grupo; como são as reuniões; o que pode acontecer em uma igreja sem pequenos; e as razões para ter Pequenos Grupos na Igreja Local. São coisas básicas, mas que fazem a diferença na implantação.

O mentor tem de amar o projeto. Se o pastor implantar o projeto só para ter mais um programa na igreja, falhará. O pastor tem de estar apaixonado pelo projeto. Sem amor não haverá sucesso. O pastor só amará o projeto quando ele conhecer todo o seu conteúdo.

O mentor tem de entender que a implantação é um processo. Muitos líderes tentaram implantar Pequenos Grupos em suas igrejas e se frustraram porque acharam que seria instantâneo, e não é. Não adianta o pastor reunir a sua igreja e dizer que agora a igreja trabalhará em Pequenos Grupos e esperar que toda a igreja esteja envolvida. A implantação é um processo e isto leva anos. Pelo menos dois anos.

Finalmente, o mentor tem de entender que a implantação do projeto acontece em oração. Se o pastor assumir a mentoria, assimilar o conteúdo e o processo de implantação e não orar, verá o projeto desmoronar. Todo o processo de implantação deve acontecer em oração.

II – A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO EM PEQUENOS GRUPOS COMEÇA COM UM GRUPO PILOTO

Paulo diz a Timóteo que ele deveria confiar o ensino a homens que fossem fiéis e idôneos. Líderes da Igreja.

O pastor, na implantação do Projeto em Pequenos Grupos, deve começar pelo Pequeno Grupo Piloto. Este Pequeno Grupo será o início de tudo. O Pequeno Grupo Piloto será o primeiro da igreja e o modelo para os demais nas multiplicações. Este PG Piloto será composto por pessoas que o Senhor colocará no coração do pastor. Os homens fiéis e idôneos da Igreja.

Para a implantação do PG Piloto, o pastor local deve seguir basicamente estes sete passos:

Primeiro: ORAÇÃO
Jesus orou antes de escolher seus discípulos. Lucas 6.12-16

Esta narrativa nos aponta como foi a oração de Jesus.

a) Subiu ao monte a orar. Jesus queria intimidade com Deus. Orou em particular porque não queria errar na escolha dos discípulos. Antes de escolher seus discípulos para o PG Piloto, tenha um momento de oração e de intimidade com Deus. Um lugar em que ninguém o incomode.

b) Passou a noite em oração. Jesus perseverou em oração diante de Deus, para que este O orientasse quanto à escolha. A escolha de um discípulo acontece depois do investimento do nosso tempo em oração a Deus.

c) E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles. Depois do período íntimo e perseverante diante de Deus, Jesus, pela orientação de Deus, escolheu seus discípulos. Depois que você investir o tempo necessário e perseverar na oração, Deus vai mostrar a você, um a um, os seus discípulos para o Pequeno Grupo Piloto.

A oração não vai deixar você escolher pela aparência, assim como fez Samuel, antes de escolher Davi, porque o Senhor não vê a aparência, mas o coração. O Senhor vai colocar em sua vida pessoas que você levará, pelo discipulado, ao nível que Davi tinha com Deus.

Depois que Deus colocar em seu coração as pessoas que serão seus discípulos, não pare de orar. Agora, é hora de orar por elas, para que Deus prepare seus corações para que atendam o seu convite.

Segundo: OBSERVE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
QUE IDENTIFICAM O DISCÍPULO
EM POTENCIAL

Keith Phillips, em seu livro clássico sobre discipulado, A FORMAÇÃO DE UM DISCÍPULO, apresenta as seguintes características:

a) Ele deseja conhecer intimamente a Deus.

b) Ele está disponível.

c) Ele é submisso.

d) Ele é fiel.

e) Ele procura fazer discípulos

Além destas características, observe a frequência e a participação nos cultos e trabalhos da Igreja.

Terceiro: TOME A INICIATIVA E FAÇA O CONVITE

Este passo é fundamental. É aqui que a maioria dos líderes para. O medo, a incerteza e o desafio ficam maiores que o projeto. A maioria dos líderes sabe da importância do discipulado, mas param aqui. Por isso, a Palavra do Senhor para este momento é esta:

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.”

Deus já lhe mostrou quem serão os seus discípulos? Levante-se e faça o convite. No momento em que você fizer o convite, diga que orou antes e que foi o Senhor quem colocou em seu coração os nomes. Diga também que você observou que essa pessoa tem vontade de crescer e pode ser um líder de excelência.

Quarto: EXPLIQUE O QUE É O DISCIPULADO
E A VISÃO DO PROCESSO

Convide as pessoas que você escolheu para um café em sua casa e explique que o discipulado é um meio usado por Deus para o crescimento espiritual e no caráter de Jesus, tanto do discípulo quanto do discipulador, levando-os à maturidade. Diga que o discipulado é relacionamento e vocês vão crescer muito em Deus, por meio de uma reunião semanal para compartilhamento bíblico, aconselhamento e convívio. Diga que a visão do discipulado é que, depois de alguns meses, ele poderá discipular outras pessoas por meio dos Pequenos Grupos.

Quinto – DEIXE QUE A PESSOA DECIDA SE QUER
OU NÃO O DISCIPULADO

Depois que você fizer o convite, peça que ore por uma semana para que Deus confirme em seu coração a entrada dele no processo que mudará sua vida.

Sexto – MÃOS À OBRA

Depois que a pessoa responder a você positivamente, marque um dia que seja bom para vocês para o primeiro encontro.

Sétimo – O PRIMEIRO ENCONTRO

O encontro:

Escolha o lugar, pode ser em sua casa, na casa do discípulo, ou na Igreja.

O encontro deve ser em horários em que a Igreja não tenha programação.

As reuniões devem durar no máximo uma hora.

Sempre deve começar e terminar com orações.

Tenho o cuidado de não ser um professor ensinando algo. Deixe os discípulos falarem e tirarem as dúvidas.

Procure ser o mais claro possível.

Fique tranquilo, com o tempo os encontros se tornam mais leves.

São esses os passos básicos. Tudo muito simples, porém, se observados, resultarão numa boa implantação.

III – A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
EM PEQUENOS GRUPOS COMEÇA
COM A ESCOLHA DO MATERIAL

Paulo diz a Timóteo que transmissão do conteúdo do Evangelho deveria ser por meio de ensino.

Na implantação do Projeto, o Pastor deverá elaborar um curriculum de estudos ou, de preferência, seguir o proposto pelo PESC. Este será o material que será utilizado no PG Piloto e nos demais PGs.

IV – A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
EM PEQUENOS GRUPOS
DEVE VISAR À MULTIPLICAÇÃO

Paulo transmitiu as verdades do Evangelho a Timóteo que transmitiu a homens fiéis que transmitiram a outros. O Pequeno Grupo Piloto foi implantado para gerar líderes multiplicadores. Cada pessoa do PG Piloto, após o estudo da primeira revista ou, quando sentir segurança, deve começar um Pequeno Grupo do mesmo modo que o pastor começou o Piloto. Para isso, tudo o que foi exposto até aqui, o pastor deverá compartilhar no PG Piloto, após o término da primeira ou segunda revista, como treinamento para que os seus discípulos sejam líderes multiplicadores em outros PGs.

Durante todo o processo de abertura de novos PGs, o líder do novo PG permanece no PG Piloto. O PG Piloto nunca termina, pois é ele que dará sustentação à visão. Funciona assim: na semana, o líder participa do PG Piloto em um dia e, em outro, lidera o seu PG.

Quando houver as demais multiplicações, o líder que abrir um novo PG permanecerá no de origem. Ele sempre será ministrado e ministrará aos corações.

CONCLUSÃO

Estes são passos básicos que facilitarão a implantação dos Pequenos em sua igreja. Qualquer dúvida, durante o processo, pode entrar em contato comigo.

…………………………..

Observação

Sou pastor da IPRB de Guarantã do Norte, MT. Com estes passos básicos
implantei os Pequenos Grupos em maio de 2013. Hoje, agosto de 2014, estamos
com 10 Pequenos Grupos. Pretendemos começar 2015 com 15 Pequenos
Grupos. Deus tem abençoado estas diretrizes de ação.
Flávio Santos. flaviws@hotmail.com

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