Nos últimos anos temos observado um crescente interesse pelo símbolo da cruz no contexto evangélico brasileiro. Este interesse é tanto salutar como preocupante. De um lado, é salutar porque estamos vendo o resgate de um símbolo central da fé cristã que fora abandonado, pois na mente de muitos a cruz estava associada ao Catolicismo. Atualmente, o cenário tem mudado e a cruz tem sido um dos símbolos mais explorados pelos evangélicos. Encontramos a cruz nas camisetas e nos carros, nas fachadas dos templos e nos púlpitos.De outro lado, é preocupante porque a mensagem da cruz não tem sido difundida com a mesma intensidade que o símbolo da cruz. A cruz tem uma mensagem não apenas para os incrédulos mas também para os crentes. A cruz é uma mensagem de salvação, mas também é um lembrete aos crentes da necessidade de renúncia diária, isto é, a negação do eu. Não proclamar a mensagem da cruz de um púlpito em formato de cruz é paradoxal e lamentável. A cruz não é apenas uma intersecção de duas retas, e muito menos pode ser reduzida a um enfeite ou a uma simples peça decorativa nos templos contemporâneos. Indubitavelmente, a cruz é muito mais do que isso.
Não tire a cruz das fachadas e nem dos púlpitos, desde que a mensagem da cruz seja proclamada por meio dos cânticos e das prédicas. Não tire a cruz das camisetas, desde que a mensagem da cruz esteja na vida. Certamente o símbolo da cruz deve ser resgatado, mas nunca banalizado. “Sim, eu amo a mensagem da cruz, até morrer eu a vou proclamar, levarei eu também minha cruz, até por uma coroa trocar”.