Nesta oportunidade, gostaríamos de parabenizar
e homenagear com esta reflexão bíblica todas as mães
do Brasil e do mundo, e desejar que Deus abençoe cada família nesse dia especial, 2º domingo de maio, em que se comemora o dia das mães.
O Dia das Mães é uma data comemorativa em que se homenageia a mãe e a maternidade. Em alguns países, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de maio, como no Brasil e na Irlanda. Em Portugal, por exemplo, é comemorado no primeiro domingo de maio. Segundo a enciclopédia Wikipédia, mãe, genitora, progenitora, ou ainda geradora, é o ser do gênero feminino que gera uma vida em seu útero como consequência de fertilização.
Mãe é, também, para todos os efeitos, aquela pessoa do gênero feminino que adota, cria, e cuida de uma criança gerada por outrem que, por alguma razão, não pôde ficar com seus pais. Verdade é que o Dia das Mães deve ser todos os dias. Eva, que em hebraico significa vida, é o nome que Adão deu à sua mulher. Ela é mãe de todos os seres humanos. Eles tiveram três filhos: Caim, Abel e Sete; depois, geraram outros filhos e filhas (Gn 3:30; 4:1,2,25; 5:4)
O princípio bíblico estabelecido por Deus no Jardim do Éden para que uma mulher se torne mãe perdura até hoje. Ou seja, o homem deixará seu pai e sua mãe e unir-se-á à sua mulher, e os dois serão uma só carne, gerando filhos e filhas, como herança do Senhor (Gn 2: 24 e Sl 123: 3). Vejamos o que nos legaram algumas mães da Bíblia Sagrada.
Joquebede: mãe provada e aprovada
Seu nome quer dizer “Jeová é glória”. Ela foi a mãe do grande estadista Moisés, que quer dizer “tirado das águas”. Como deve ser difícil para uma mãe gerar um filho e não poder dizer a todos que ele lhe pertence. Que provação terrível! Essa foi a história dessa mulher, que foi provada e aprovada por Deus. Moisés nasceu, mas não pôde ficar sob os seus cuidados. Todavia, a intervenção de Deus foi tão precisa que Joquebede teve a oportunidade de cuidar de seu filho até ele crescer.
Segundo o decreto de Faraó, todas as crianças do sexo masculino deveriam morrer ao nascer (Êx 1:16). Então, nasce Moisés, um menino muito formoso. Sua mãe o esconde por três meses. Não podendo ficar com ele por mais tempo, pois os egípcios poderiam matá-lo, ela o coloca dentro de um cesto de junco e o deixa à beira do rio Nilo. A irmã do menino fica observando de longe o que haveria de lhe acontecer. A filha de Faraó e suas donzelas, que passeavam pela beira do rio, logo pegaram a criança.
Joquebede tinha a glória de Deus em sua vida, por isso era uma mulher iluminada. A princesa egípcia, sem compreender os mistérios de Deus, por meio da irmã do menino, o entrega à mãe dele, a fim de que ela o criasse, e ainda lhe paga um salário (Ex 2:9). Depois de crescido, Joquebede entrega o menino à filha de Faraó, que o adota como filho. Como é importante confiarmos no agir de Deus. A você, mãe, que tem sido provada de muitas maneiras, ore, persevere e acredite na intervenção divina. Deus vai trazer de volta aquilo que é seu, pois ele tem visto suas lágrimas.
Ana: mãe piedosa e intercessora
Israel vivia o período dos juízes (1200-1020 a.C.) A situação político-espiritual nesse tempo era instável e caótica. O governo ainda era teocrático, mas Deus já estava se movendo e preparando grandes mudanças em Israel. Para isso, havia necessidade de um grande líder. Quem seria ele? De onde viria essa pessoa? De que linhagem? Então Deus se manifesta na história, fazendo surgir no cenário israelita um grande juiz, profeta e sacerdote, que se chamava Samuel.
Não foi por acaso que Samuel surgiu e se tornou um grande ícone em Israel. Seu nascimento, vida e ministério são frutos de uma mãe piedosa, que orava muito e era cheia da graça divina. Deus tem prazer em se manifestar em terra árida, no deserto, no meio da crise, da tempestade, da provação e do sofrimento humano. O profeta diz que, quando Deus age, ninguém pode impedir (Is 43:13). Foi nesse contexto que o Senhor se manifestou na vida de Ana, quando Eli lhe disse que Deus haveria de atendê-la (1Sm 1:17).
Ana, cujo nome significa graça de Deus, era uma mulher estéril e menosprezada. Em uma das ocasiões em que orava no templo, o sacerdote Eli a julgou por embriagada, tão grande era o seu desgosto (1Sm 1:14-16). Deus se compadeceu de sua aflição e lhe deu um filho (1Sm 1:19-20). É assim que devemos nos comportar quando o solo em que vivemos parece improdutivo, árido e estéril. É nessa hora que devemos contar para Deus nossas angústias e aguardar sua intervenção. Seja uma Ana, minha irmã, e creia na soberania divina, pois ele virá ao seu encontro no tempo certo (Jó 19:25).
Eunice: mãe zelosa e educadora
Timóteo é filho de um casamento misto, seu pai era grego e sua mãe, judia. Sua mãe, Eunice (que significa vencedora), e sua avó, Lóide, possivelmente tenham se convertido a Jesus na ocasião da primeira viagem dos missionários Paulo e Barnabé, quando estiveram em Listra, na Licaônia. Quanto a seu pai, não há informações precisas de que ele tenha se convertido ao evangelho ou ao judaísmo. Talvez seja por esta razão que Timóteo não tenha sido circuncidado ao nascer, mas somente mais tarde (Atos 16:3).
No entanto, apesar se ser um cristão dotado das mesmas paixões de um jovem (2Tm 2:22), sua conduta sempre chamou a atenção das pessoas onde morava ou por onde passava. Timóteo fora criado e educado nos princípios da Palavra de Deus desde os tempos de criança (2Tm 3:15). Interessante que o apóstolo Paulo, ao escrever sua segunda carta a esse moço, que também era pastor, deixou claro que o presbítero e o diácono precisam ser pessoas de vida cristã ilibada (1Tm 3:1-13).
A educação que ele recebeu de sua progenitora e avó foram suficientes para fazê-lo um exemplo dos fiéis (1Tm 4:12). Todavia, não podemos nos esquecer do espírito de dedicação e zelo dessas mulheres. À semelhança de muitas mulheres cristãs hoje, Eunice não tinha o marido cristão, mas isso não a impediu de transmitir ao seu filho a cultura de uma fé não fingida (2Tm 1:5). Isso nos ensina que a mãe, dentro da sua polivalência, precisa ser uma educadora. Gostaríamos de dizer às mães, principalmente àquelas que não têm o marido crente, que sejam firmes na fé e não desistam nunca das promessas de Deus (Rm 12:12).
Maria: mãe amada e privilegiada
Maria e José são “nomes-símbolos”. A história de vida deles é contada por gerações e mais gerações e nunca poderá ser apagada, até porque eles são os pais de Jesus, o nome mais lido e falado no mundo inteiro. Falar de Maria, como mãe de Jesus, não tem nada a ver com fé cristã, salvação ou outro tema teológico. Apesar de ser uma mulher privilegiada, por ser a progenitora do filho de Deus, foi uma mulher comum e com as mesmas dificuldades que qualquer outra pessoa possui.
Um dos pontos da vida de Maria que queremos destacar é que José a amava profundamente. Quando ficou sabendo que ela estava grávida, não quis infamá-la, antes, preferiu deixá-la secretamente. Mas, antes que isso acontecesse, recebeu a visitação de Deus, por meio do anjo, que lhe disse: “[…] não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1:20). Ninguém discordaria de que não foi fácil para José conceber esse fato e receber a Maria (1:24). Este é um ponto relevante da vida desse casal, que nos ensina a acreditar sem reservas nos planos de Deus.
Reconhecemos que ser mãe é uma dádiva de Deus. Gerar um filho dentro do propósito divino é uma grande bênção. Quantas mulheres têm o profundo desejo de ser mãe. Maria foi uma mulher amada e privilegiada, mas o seu prestígio diante de Deus, por ter sido escolhida entre muitas para ser a mãe de Jesus, não ofusca o ato gratificante que uma mulher tem em dizer que é mãe. Você é uma privilegiada porque é mãe do filho ou dos filhos que Deus lhe deu para cuidar. Portanto, faça isso com zelo, honra e amor, pois nossos filhos pertencem ao Senhor; deles apenas cuidamos (1Sm 1:27-28).
Salário de uma mãe
Um estudo mostrou que uma mãe atua em várias áreas: ela cria os filhos, cuida e mantém limpa e em ordem a casa, lava a roupa, a louça; faz o trabalho de enfermeira quando os filhos estão doentes; de psicóloga quando estão em conflito; de economista quando as finanças estão apertadas; e de uma professora, ajudando nas tarefas da escola.
Numa família comum, se uma pessoa fosse contratada para fazer cada uma dessas tarefas, ficaria uma fortuna. O site americano www.salary.com calculou que o salário, em média, de uma mãe (americana) que fica em casa seria US$ 134,121, por ano (R$ 482.835,00). Isso se ela fosse paga para fazer as tarefas ou atividades da casa.
Agora perguntamos: quanto é que uma mãe ganha para fazer tudo isso? Em termos financeiros ou salário mensal, não ganha nada. No entanto, ela não faz nada disso pelo dinheiro, mas por amor. É justo que, ao menos uma vez por ano, honremos com dignidade essas mulheres que fazem tanto sacrifício com tão pouco reconhecimento.